Testo O Primeiro Canto

Testo O Primeiro Canto

O tambor a tocar sem parar, um lugar onde a gente se entrega, o suor do teu corpo a lavar a terra. O tambor a tocar sem parar, o batuque que o ar reverbera, o suor do teu rosto a lavrar a terra. Logo de manhãzinha, subindo a ladeira já, já vai a caminho a Maria-Faia, desenhando o peito moreno um raminho de hortelã, na frescura dos passos a eterna paz do Poeta. Azinheiras de ardente paixão soltam folhas, suaves, na calma do teu fogo brilhando a escrever na alma. Uma pena ilumina o viver de outras penas de esperança perdida, o teu rosto sereno a cantar a vida. Mil promessas de amor verdadeiro vão bordando o teu manto guerreiro, hoje e sempre serás o primeiro canto! Ai, o meu amor era um pastor, o meu amor, ai, ninguém lhe conheceu a dor. Ai, o meu amor era um pastor Lusitano, ai, que mais ninguém lhe faça dano. Ai, o meu amor era um pastor verdadeiro, ai, o meu amor foi o primeiro. Estas fontes da nossa utopia são sementes, são rostos sem véus, o teu sonho profundo a espreitar dos céus! Mil promessas de amor verdadeiro vão bordando o teu manto guerreiro, hoje e sempre serás o primeiro canto!
Testi di Dulce Pontes